quinta-feira, 20 de março de 2008
Desejo
(Edson Leão)
A arte do incômodo
Quer vir nos cutucar
Cobrir de fogo o ar
Abrir de novo o amar
Um solo de desconsolo
É um som querendo soar
É o ardil de naturezas
Tentando se harmonizar
Onde a alma é recheio do corpo
E o corpo o perfume da alma
Dia a dia a evaporar...
Me empresta a tua poesia
Tua carne a se perder no ar
Tua dança no sal do solo
Tua sola no meu pisar
E caminhemos de pés descalços
De dez cansaços nos recobrar
Dobrar esquinas nos teus joelhos
Nas tuas cochas me acochambrar
Chegar na entrada do teu silêncio
No vão da sede me embriagar
E que sejam os rios, as pedras,
O chão úmido o nosso abrigo
Nas tintas de um deus desejo
Deitar nos lençóis das eras
E encomendar à eternidade
A chave eterna e sã de um beijo...
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