quinta-feira, 12 de setembro de 2013

GAVETAS E QUINTAIS*

(Edson Leão)
Abra alguma gaveta
Aquela que esteve trancada
Entre milhares de teias
No quarto da tua cabeça
Seja você quem você for
Tire de lá um desejo
Aquele que foi recusado
Como um último desejo
De um sonho a ser fuzilado
Quebre as janelas
E pule pro lado da vida
Onde o sol queima as ruas
E tudo pode ser improvisado
Corra no asfalto entre os carros
Dance com a multidão
Seja o príncipe dos mendigos
A rainha louca dos párias
Um girassol que devora a lua
Ao som de um crepúsculo nu
Nada importa mais
Depois de abrir as gavetas
E queimar as páginas dos jornais
Você está pronto, ou pronta
Seja você quem você for
Pra não ser um a mais
Pra se juntar aos que quebram
A tela da foto na parede
E as grades que nos tornam banais
O próximo alvo serão as cercas
Aquelas “que separam quintais”...


* Esse texto estava abandonado num canto do computador com um princípio de cifragem, o que me leva a crer que ele tinha ao menos uma parte de melodia rsrsrs. Não me lembro mais e acho que o texto estava inacabado pois haviam uns pontilhados e outras indicações de que eu não tinha concluído o trabalho. Na preguiça de tentar reencontrar o fio das ideias inconclusas e convencido pela minha namorada de que ele talvez já estivesse pronto, segue aí rsrs. Talvez um dia eu encontre a gravação com a melodia em algum lugar e ele volte a ser canção. Por hora fica poema. Obs.: Revisado (ou quase) ao som do álbum do Guilherme Arantes de 1976, postado anteriormente, se é que isso tem alguma coisa a ver rsrsrsrs. Curiosamente terminei a quase revisão, ao som da última faixa "Não fique estática"...

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