sábado, 25 de abril de 2009

NADA TÃO NOBRE*


(Edson Leão)
Nada tão nobre
quanto as palavras do vento
Nada tão pobre
quanto palavras ao vento
meu verso sem rédeas
é indigente ao relento
um canto lento
ecoando num vale
nas horas mais surdas
que a humanidade esquece...

Nada tão nobre
quanto as virtudes do invento
Nada tão pobre
quanto um camelo sedento
Meu verso nem te comove
soa qual esquecimento
na noite fria de um tempo
na brisa um sussurro atento

"Sou o que soa
o que pede pra se cantar"**
um canto no ar
ecoando num vale
nas horas mais surdas
que a humanidade esquece...


*Musicado por Hudson Coelho nos anos 90.
** "Muito Romântico" - Caetano Veloso.
Ilust.: Gustave Doré (Dom Quixote)

Nenhum comentário: