sábado, 31 de agosto de 2013

O EXORCISTA (O POEMA)

(Edson Leão)
Aquela febre que não passava na infância...
Arrancaram as amídalas.
Toneladas de benzetacil.
Exame de sangue.
Exame de urina.
Filas quilométricas no INPS.
Coisas que a gente não esquece.
Dona Margarida, a benzedeira.
Oferenda na cachoeira.
"- Que tal um exorcista?"
A medicina desconhecia tal doença!
É pena!...
Se examinassem o coração
Alguém esperto concluiria
Com aquele meio riso
Mastigado entre os dentes
De quem inventou a penicilina:
"- Aaaaah!...
O moleque é arrrtissssta!
O seu mal
é a poesia!"

Nenhum comentário: