quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

LUA POR TRÁS DA CHUVA

(Edson Leão)

Lua por trás da chuva
espreita tantos úmidos mundos de desejo
nossa carne atada entre a gravidade e o sonho
flutuamos como num velho filme
 na catedral de abismos
caleidoscópios
vitrais...
 não... nada sagrado
 nada profano
só um cochilo que me aportou por engano
O dia está consumado
é fato
rostos em flash
vidas que não teci
Ou Sim?
O satélite tem os cordões
uma eminência parda
ao avesso do som
persigo em morse os sinais
da tuba elétrica de uma banda invisível
amplificada pelo valvulado gotejar do silêncio
tudo isso
por falta do que dizer
na hora de dizer boa noite
Que a fábrica de sonhos 
que matraqueia a cachola de todos vós
garanta uma provisão de poemas
que nunca almejarão o Oscar
posto que a esse
já pouco cabe de poesia. 
Boa noite!

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