sábado, 26 de julho de 2008

TAPETE VERMELHO



(Edson Leão)

Eu vejo o mundo como você vê
Alguns graus de miopia e sonho
Vontade de estar em paz,
Com quem é da paz,
E com quem é de guerra,
Também ter paz

Eu vejo você ainda
Uma foto
Numa lanchonete do tempo
Um sentimento me avisando o futuro
Um túnel pressentindo a luz
em meio ao pleno escuro

E aqui estamos nós
Sabendo que nada é seguro
Já que todo muro é prisão
E viver é dançar na corda
Um samba

Me equilibro em teus dias
Como palavras numa canção
Como uma criança que acorda
Colorindo as linhas da vida
Com pincéis de sonhos na mão

Sou como você,
(talvez como todos)
Meio milênio
Meio instante
Meio hippie, meio punk

“Pergunte ao pó”
Pergunte a John Fante,
Um novelo, um elo, um nó
Um beat errante
dentro de uma cidade só

Meio careta, meio nerd
Mas sempre o avesso de um skinhead
E sempre espreitando o avesso
Do meu rosto,
No oposto do espelho...

Te ofereço meus versos
Como um tapete vermelho
Pobre luxo da minha lavra
Castelo de areia da palavra
Margeando teu mar
Onde o rio do meu ser deságua.